quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Uma cozinha de mãe pra filha

O Ceará tem danças, roupas, costumes, lendas, festas e músicas específicas de sua região, mas nada mais gostoso do que falar das suas comidas típicas, que também tiveram um papel indispensável para a manifestação cultural.
Engana-se quem pensa que toda essa culinária ficou no passado, muitos chefes se responsabilizaram em manter firme nossas comidas típicas. É exatamente o que está fazendo Glícia Maria Alves Vieira, proprietária do restaurante e tapiocaria Maria Chica, que busca sempre se aproximar cada vez mais do regionalismo. O restaurante tem o som da música ambiente de Luíz Gonzaga, todos os funcionários usam trajes típicos e ainda temos a oportunidade de conhecer vários objetos antigos, que pertenceram à família de Glícia, da Paraíba. Ela relata como foi o início de seu negócio: “Sempre gostei de cozinhar, eu amo minha profissão, eu cozinho aqui. Sou paraibana, passei sete anos trabalhando em outro restaurante, até que decidi fazer o meu, passei quatro anos trabalhando pra isso e fazendo tudo aos poucos. Hoje já temos quatro anos e contamos com 98 pratos”.

Glicia Maria

O nome do restaurante surgiu também com a história da sua família. Suas duas avós e sua filha se chamam Maria e sua mãe é Francisca, Chica, então ficou Maria Chica. Segundo ela, os pratos mais pedidos são: bacalhau de dona Chica, buchada, sarapatel, delícia e panqueca de carne de sol, arroz de carneiro, Chico doido (mugunzá, nata e feijão verde), arroz da terra (integral) e, principalmente, a panelada que conta com 30 kg por semana.




"Aqui a gente encontra poucos restaurantes que são apenas típicos. Eu sou de Cajazeira, na Paraíba, e toda semana venho aqui umas duas, três vezes pra comer panelada, carneiro assado, mão de vaca, tripa assada e buchada”, é o que diz um cliente do restaurante, César Amorim. Mas não só as pessoas do interior apreciam as comidas regionais, um grupo de jovens que cursam veterinária na Uece, afirma que vai duas vezes por mês lá. Evilázio Nogueira acrescenta mais pratos na lista de preferidos: sarapatel, frango a cabidela, sarrabulho, paçoca. Jonas Rocha, não tem dúvidas em o que pedir, e já fala com água na boca, “sarrabulho, baião de dois e farofa com torresmo”.




A cachaça, é claro, não pode ficar de fora e é aprovada por Fernanda Carneiro, “A cachaça daqui é uma delícia. É melhor do que as de garrafa, tem um gosto inexplicável, maravilhoso”











Tradição regionalista
Quando pequena, Vilmar Borges admirava sua mãe cozinhando e, jovem ainda, decidiu vender marmitas que, com o seu tempero, começou a ficar popular. Sua filha, Ana Maria Borges Campos, incentivou a mãe a abrir um restaurante, nascendo assim o Colher de Pau, e Ana passou a dividir a paixão pela culinária com a mãe.

Ana Campos e familia
Hoje, o restaurante funciona há 19 anos e é bem reconhecido, ganhou o prêmio de melhor baião de dois com carne de sol pelas revistas Veja, Época e Guia de quatro rodas, já tem uma franquia em SP e participa em dois livros: Coleção chefes brasileiros e Colher de pau e a cozinha de dona Vilmar e Ana Campos. Segundo Janete Maciel, gerente geral do restaurante, o publico é bem diversificado: “Na semana os cliente são mais turistas, domingo a clientela é bem família, sexta é mais casal, já sábado, com o samba de mesa que acontece das 2h da tarde até 10h da noite, sempre acontece uma paquera. E não é só samba, todo dia o restaurante tem uma atração musical, como Pop Rock, MPB e Sertanejo Universitário”.
A comunicação integrada é bem utilizada pelo restaurante, as novas mídias, como Orkut, Facebook e até o Youtube, falam sempre das novidades e acontecimentos do Colher de Pau. É, não tem mais como fugir da regionalidade do Ceará e seus famosos pratos típicos. Confira os mais comentados restaurantes de comidas regionais:






Nenhum comentário:

Postar um comentário