Airton Guedes (dir.) gosta tanto do ritmo, que se atreve a dar aulas. / Foto: Arquivo pessoal |
Sem dúvidas o forró é a cara do nordeste, afinal grande parte da população gosta do ritmo. E aqui em Fortaleza não foge à regra. São inúmeras casas de shows voltadas para esse público. No entanto, mesmo curtindo o som, há diferenças entre o estilo de cada forrozeiro, até mesmo entre as bandas escutam. Não é só a sanfona, o zabumba ou o triângulo que caracteriza a melodia do forró. Existem várias vertentes dentro desse ritmo como o pé-de-serra, baião, xote, eletrônico etc. Além de casas de shows voltadas especificamente para cada “tribo” do grande grupo forrozeiro.
O estudante de Publicidade e Propaganda, Ramon Ortega, 22 anos, adora ir ao forró. E o estilo do som “depende do momento e da festa”, explica. No entanto, não há dúvidas que a tribo forrozeira que ele se encaixa melhor é a eletrônica. “Gosto de Forró Sacode, Forró Real, Aviões do Forró, Forró do Bom, Forró dos Plays, Forró Pé-de-ouro, Solteirões...”, afirma. Além disso, uma vez por mês, Ramon frequenta o Kangalha, casa de shows conhecida como a sexta-feira forrozeira de Fortaleza, onde toca “Forró Eletrônico na maioria das festas”, conta Júnior Guerra, responsável pela área de administração, marketing e relações públicas da Casa.
De acordo com Júnior, “não só os frequentadores do Kangalha, mas o público jovem forrozeiro em geral, curte bem mais o forró eletrônico, por estar bastante presente em todas as festas desse público e por ter modernizado o ritmo”. Para ele, o som mais tradicional “fica a gosto dos frequentadores de forrós mais antigos ou de pessoas que trazem o forró do berço (tem família no interior do Estado)”. Contudo, o analista de sistemas Carlos Rafael e o estudante de administração Airton Guedes - ambos de apenas 28 e 24 anos - são fortalezenses e preferem um bom forró pé-de-serra no Kukukaya.
Há 15 anos, a Casa de shows é famosa na Capital por oferecer músicas que preservam os ritmos tradicionais do forró: arrasta-pé, baião, xote, xaxado, forró e toada (clique aqui para ouvir cada tipo). Segundo o proprietário, Walter Medeiros, a “lambada eletrônica”, não entra no repertório dos artistas que tocam na Casa. Além disso, o público que vai ao local é bastante fiel, “antenado e exigente”, conta. O analista de sistemas Rafael, por exemplo, vai no mínimo uma vez por semana ao Kukukaya ou ao restaurante Delícias do Sertão. Segundo ele, “são os únicos lugares que tocam o forró pé de serra autêntico”.
Em geral, de acordo com a jornalista Ana Carolina Maia, 23 anos, que vai ao forró uma vez por mês, “as festas são bacanas quando se leva sua turma, é muito raro alguém ir sozinho para um forró”. Outra tendência é que os grupos adeptos ao forró eletrônico frequentam casas diferentes, como Kangalha, Forró no Sítio e Danadim. Enquanto os que preferem o forró tradicional são assíduos ao Kukukaya, até porque não existem muitas opções para essa “tribo”. Elas se resumem praticamente a esta Casa, ao Delícias do Sertão e ao Mercado dos Pinhões.
Devido ao grande público forrozeiro que existe na Capital, bares e restaurantes, também abertos a outros ritmos, tocam forró eletrônico. Um exemplo é o Boteco, bar que traz uma banda de forró pé-de-serra às quartas-feiras.
Forró pé-de-serra x Forró eletrônico
Saiba onde encontrar casas de forró:
Visualizar Casas de Forró em um mapa maior
Por: Marília Pedroza e Renata Frota
Forró pé-de-serra x Forró eletrônico
Saiba onde encontrar casas de forró:
Visualizar Casas de Forró em um mapa maior
Por: Marília Pedroza e Renata Frota
Nenhum comentário:
Postar um comentário